Arquivo mensal: abril 2017

Livros para download: Cibercultura

Baixe grátis o livro Cibercultura, de Pierre Lévy

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Em outra oportunidade, já publicamos outras obras de Pierre Lévy na página e fizemos uma breve apresentação do autor. Pierre Lévy é um filósofo judeu que se tornou especialista na teoria da inteligência coletiva e precursor da Cibercultura, sendo um dos primeiros a discutir temas como a Wikipédia.

Publicado originalmente em 1997, o livro Cibercultura só chegou ao Brasil na década seguinte. Os trechos a seguir, que contextualizam a obra, são de autoria de Marcia Pereira Sebastião e Lucila Pesce, em resenha publicada em 2010 na Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, da PUC-SP.

“De um lado, a obra consubstancia-se como registro histórico da gênese do processo de consolidação do ciberespaço. De outro, permanece atual, na medida em que muitas das proposições nele contidas ainda se apresentam como desafios a serem enfrentados, pelos contemporâneos processos de aprendizagem.

A obra se divide em três partes: Definições, Proposições e Problemas.

Em Definições, Lévy reflete acerca do impacto das tecnologias sobre a construção da inteligência coletiva: termo percebido em meio às suas contradições e, por isso mesmo, denominado pelo autor como “veneno e remédio da cibercultura”. Em sua narrativa
analítica, o autor sinaliza que a sociedade encontra-se condicionada, mas não determinada pela técnica. Tal afirmação permite a percepção da relação biunívoca entre sociedade e tecnologia, mediante a qual a primeira se constitui historicamente pela segunda, embora não seja por ela determinada. […]

Na segunda parte do livro – Proposições – o autor centra suas atenções na cibercultura, percebida em suas múltiplas dimensões: a essência, o movimento social, o som, a arte. Do foco no campo epistemológico emanam considerações sobre a nova relação com o saber, a partir da cibercultura e seus consequentes desdobramentos na educação, na formação e na construção da inteligência coletiva. […]

Ao considerar que a sociedade é constituída pela técnica, o autor elabora um painel histórico, que compreende o advento da escrita, da enciclopédia e do ciberespaço. Nesse cenário, situa a simulação como modo de conhecimento próprio da cibercultura. Amparado no conceito de inteligência coletiva, o sociólogo descortina novas formas de organização e de coordenação flexíveis, em tempo real, no ciberespaço. Ao acenar para o ciberespaço como mediador essencial da inteligência coletiva, o autor convida a educação a levar em conta tais emergências, para, a partir delas, ressignificar o seu atual modus operandi. […]

Na terceira parte – Problemas – Lévy consolida seu olhar sobre as contradições inerentes ao fenômeno da cibercultura, com vistas a desvelar os conflitos de interesse que se apresentam, nos diversos olhares sobre o devir tecnológico. Conflitos que se
manifestam em distintos setores da sociedade: o mercadológico, o midiático, o estatal. Por fim, no item “O ponto de vista do bem público: a favor da inteligência coletiva”, o estudioso reitera a virtuosidade do ciberespaço, ao afirmar que o mesmo se ergue em meio a atividades espontâneas, descentralizadas e participativas.

Disposto a desconstruir os argumentos excessivamente críticos sobre os riscos de o virtual substituir o real (crítica da substituição) e sobre o ciberespaço servir, tão somente, ao estabelecimento de novas dominações (crítica da dominação), o filósofo da Informação tece uma “crítica da crítica”. Ao fazê-lo, começa por delinear as funções do pensamento crítico. Prossegue, com questionamentos sobre até que ponto a crítica ainda se consubstancia como progressista e a partir de quando corre o risco de se tornar conservadora. […]”.

Livros para download: Recursos Educacionais Abertos

Baixe grátis o livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, organizado por Nelson de Luca Pretto, Carolina Rossini e Bianca Santana

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A Universidade Federal da Bahia tem produzido alguns dos mais importantes estudos e publicações sobre tecnologias e educação nos últimos anos. Em partes, pelo seu produtivo corpo docente envolvido nos seus Programas de Pós Graduação, em partes, pela militância em favor do software livre e da cibercultura de alguns de seus docentes. É o caso de Nelson Pretto, célebre pesquisador e militante de uma internet livre. Nessa discussão, as tensões entre uma internet livre e as políticas públicas é inevitável. E essas discussões, que frequentemente geram pesquisas, artigos e livros, escoam pela internet de modo livre: mantendo a coerência de sua militância, a maior parte dos livros é disponibilizado gratuitamente na rede. É o caso deste livro.

Publicado em 2012, trata-se do primeiro livro sobre recursos educacionais abertos (REAs) no país. Embora tenha se passado quase cinco anos do lançamento, muitos professores nunca ouviram falar de REAs e muitos outros ainda têm dúvidas sobre o que se trata. Por isso, a obra pode ajudar a se pensar em práticas inovadoras na educação a partir do uso desses recursos educacionais. Os trechos a seguir, que ajudam a contextualizar a obra, foram retirados da própria página que Nelson Pretto mantém na internet, desde 1986. O texto foi publicado por ele em maio de 2012.

“O conceito de recursos educacionais abertos (REA), cunhado pela Unesco em 2002, trata da criação de materiais educacionais abertos “para consulta, uso e adaptação”. “Esse conceito está centrado na ideia dos commons – de que o conhecimento produzido pela humanidade pertence a toda a humanidade – e permite problematizar diversos elementos importantes para que a inovação em rede aconteça nos processos educativos: propriedade intelectual, softwares, conexão de banda larga, educação de professores, material didático, preço, acesso e tantos outros temas e aspectos ligados à questão”, explica Bianca Santana, uma das organizadoras e autoras. […]

[O livro] “Recursos Educacionais Abertos: praticas colaborativas e politicas públicas”, organizado por Nelson Pretto (UFBA), Carolina Rossini (REA Brasil/GPOPAI-USP) e Bianca Santana (Instituto Educadigital/Casa de Cultura Digital) trata da questão da educação aberta e dos recursos educacionais abertos. Com a publicação, os autores esperam ampliar o debate sobre os usos da internet nas escolas, da democratização do acesso à internet e aos recursos educacionais a populações de menor renda. A obra trata ainda das possibilidades de a internet contribuir para o desenvolvimento humano, principalmente no direito de todos à aprendizagem ao longo da vida.

Financiado pelo edital de publicações do Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil e pela Open Society Foundation, trata-se de uma publicação conjunta da EDUFBA e da Casa da Cultura Digital. Cada um dos capítulos aborda o tema de uma perspectiva diferente, prática ou teórica, já que foi produzido de forma colaborativa a partir de uma chamada na comunidade REA Brasil. Todo o processo de produção foi aberto, com intensivo uso de softwares e fontes livres. Os autores são professores da educação básica, acadêmicos e profissionais da área da educação e das ciências sociais, entusiastas e ativistas da cultura livre e digital, políticos, juristas e gestores públicos […]”.

Livros para download: Pontos de cultura e lan houses

Baixe grátis o livro Pontos de cultura e lan houses: Estruturas para inovação na base da pirâmide social, organizado por Joana Varin Ferraz e Ronaldo Lemos

Produzido a partir dos debates e articulações decorrentes do projeto “Tecnologia, Democracia e Desigualdade Social: Melhores Práticas e Políticas Públicas”, financiado pela Agência Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e desenvolvido pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas (CTS/FGV), o livro reúne artigos de pesquisadores e profissionais de diversas áreas para pensar a importância de promover acesso à cultura digital. Dessa forma, a publicação destaca o importante papel que os pontos de cultura e as lan houses dispersas pelos mais diversos cantos do país, com especial capilaridade nas periferias urbanas, acabam tendo na promoção do acesso à cultura digital, colocando-se como espaços com maior protagonismo dos que os telecentros. A publicação problematiza ainda o desafio que se coloca à legalização das lan houses, ainda desamparadas pela legislação brasileira, e a necessidade de aproximá-las das propostas de pontos de cultura digital e outras políticas públicas.

O texto foi extraído do portal do CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas, 
que também disponibiliza a obra.