Livros para download: Cibercultura

Baixe grátis o livro Cibercultura, de Pierre Lévy

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Em outra oportunidade, já publicamos outras obras de Pierre Lévy na página e fizemos uma breve apresentação do autor. Pierre Lévy é um filósofo judeu que se tornou especialista na teoria da inteligência coletiva e precursor da Cibercultura, sendo um dos primeiros a discutir temas como a Wikipédia.

Publicado originalmente em 1997, o livro Cibercultura só chegou ao Brasil na década seguinte. Os trechos a seguir, que contextualizam a obra, são de autoria de Marcia Pereira Sebastião e Lucila Pesce, em resenha publicada em 2010 na Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, da PUC-SP.

“De um lado, a obra consubstancia-se como registro histórico da gênese do processo de consolidação do ciberespaço. De outro, permanece atual, na medida em que muitas das proposições nele contidas ainda se apresentam como desafios a serem enfrentados, pelos contemporâneos processos de aprendizagem.

A obra se divide em três partes: Definições, Proposições e Problemas.

Em Definições, Lévy reflete acerca do impacto das tecnologias sobre a construção da inteligência coletiva: termo percebido em meio às suas contradições e, por isso mesmo, denominado pelo autor como “veneno e remédio da cibercultura”. Em sua narrativa
analítica, o autor sinaliza que a sociedade encontra-se condicionada, mas não determinada pela técnica. Tal afirmação permite a percepção da relação biunívoca entre sociedade e tecnologia, mediante a qual a primeira se constitui historicamente pela segunda, embora não seja por ela determinada. […]

Na segunda parte do livro – Proposições – o autor centra suas atenções na cibercultura, percebida em suas múltiplas dimensões: a essência, o movimento social, o som, a arte. Do foco no campo epistemológico emanam considerações sobre a nova relação com o saber, a partir da cibercultura e seus consequentes desdobramentos na educação, na formação e na construção da inteligência coletiva. […]

Ao considerar que a sociedade é constituída pela técnica, o autor elabora um painel histórico, que compreende o advento da escrita, da enciclopédia e do ciberespaço. Nesse cenário, situa a simulação como modo de conhecimento próprio da cibercultura. Amparado no conceito de inteligência coletiva, o sociólogo descortina novas formas de organização e de coordenação flexíveis, em tempo real, no ciberespaço. Ao acenar para o ciberespaço como mediador essencial da inteligência coletiva, o autor convida a educação a levar em conta tais emergências, para, a partir delas, ressignificar o seu atual modus operandi. […]

Na terceira parte – Problemas – Lévy consolida seu olhar sobre as contradições inerentes ao fenômeno da cibercultura, com vistas a desvelar os conflitos de interesse que se apresentam, nos diversos olhares sobre o devir tecnológico. Conflitos que se
manifestam em distintos setores da sociedade: o mercadológico, o midiático, o estatal. Por fim, no item “O ponto de vista do bem público: a favor da inteligência coletiva”, o estudioso reitera a virtuosidade do ciberespaço, ao afirmar que o mesmo se ergue em meio a atividades espontâneas, descentralizadas e participativas.

Disposto a desconstruir os argumentos excessivamente críticos sobre os riscos de o virtual substituir o real (crítica da substituição) e sobre o ciberespaço servir, tão somente, ao estabelecimento de novas dominações (crítica da dominação), o filósofo da Informação tece uma “crítica da crítica”. Ao fazê-lo, começa por delinear as funções do pensamento crítico. Prossegue, com questionamentos sobre até que ponto a crítica ainda se consubstancia como progressista e a partir de quando corre o risco de se tornar conservadora. […]”.

Sobre Rafael Cunha

Doutor em Educação; doutorando em Sociologia Política e Mestre em Educação na área de comunicação e tecnologias. Há mais de uma década pesquisa sobre cultura digital e suas relações com trabalho, educação, comunicação e vida cotidiana.

Publicado em 30 de abril de 2017, em Livros para download e marcado como . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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